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Panificadora Pão Francês, um exemplo de empreendedorismo na Serra do Salitre (MG)

Nos últimos dez anos o Brasil passou de 14,6 milhões de empreendedores para 49,3 milhões, segundo dados da Pesquisa Global GEM. Um estudo realizado recentemente revelou que, de 2007 a 2017, o número de pessoas entre 18 e 64 anos que exerciam alguma atividade empreendedora no país mais que triplicou, elevando os indicadores da categoria. Dentre as opções para quem deseja abrir o próprio negócio, o Setor de Alimentação aparece no topo do ranking, tendo as padarias e confeitarias como alvo daqueles que pretendem investir com expectativas mais assertivas de retorno no médio a longo prazo.

O destaque na pesquisa, no entanto, é um ousado grupo de empreendedores que, dispostos a abrir mão de suas sólidas carreiras construídas em outros setores da Economia, aceitaram o desafio de ingressar no varejo alimentar. Espalhados hoje por todo o Brasil, esses empresários não se limitaram a polos ou regiões de maior volume populacional, ao contrário, transformam suas cidades, pequenas ou grandes, no público necessário para empreender e alcançar o próprio espaço. Um exemplo disso é a empresária Carmen de Fátima Carranza, proprietária da Pão Francês, hoje a atual referência em panificação da Serra do Salitre, em Minas Gerais.

Funcionária pública federal do Banco do Brasil, Carmen renunciou a estabilidade da carreira que exercia nos Estados de São Paulo e Brasília para voltar ao interior e abrir o próprio negócio em um ramo totalmente diferente. “Sempre gostei da panificação, por isso tomei a decisão de seguir esse caminho e, hoje, a Pão Francês comemora os seus 24 anos”, declara ela, que aponta as particularidades da cidade pequena como o grande desafio que precisou transpor para vencer o mercado.

Crescimento das cidades significa aumento de público… e também da concorrência

De início com um pequeno contingente populacional, Serra do Salitre cresceu e tornou-se conhecida pela atividade da mineração, presente no município. Apresentando um crescimento do número de habitantes e também das relações comerciais, a cidade cresceu em público, mas também na concorrência. “Assim como outras empresas, várias padarias foram abertas aqui no decorrer do tempo, porém, com muito trabalho e dedicação, a Pão Francês assumiu uma posição de destaque entre os municípios de Patos de Minas, Patrocínio e Araxá. Hoje, é possível dizer, com base nas análises e declarações dos clientes, que estamos no nível mais alto na panificação da minha região”, afirma Carmen, que testifica também os depoimentos extraídos de clientes atendidos de outros Estados, como São Paulo.

Ainda de acordo com ela, o esmero de seus produtos rendeu a indicação de sua própria cartela de clientes àquele público itinerário, formado por pessoas que utilizam a cidade como caminho para acesso as demais cidades de Minas e também de outros Estados. “Atualmente, é comum os viajantes receberem indicações para provar nossos produtos, e assim temos o público fixo e também atendemos quem vem de fora”, explica.

Disponibilidade de recursos, um dos gargalos da pequena cidade para a obtenção de matéria-prima

Controle de fornecedores, gestão de ingredientes para os itens do mix e planejamento de logística. Todos esses pontos passam hoje por um trabalho estratégico de Carmen, que devido à localização do município vive na administração da empresa contratempos referentes ao abastecimento dos recursos necessários para a produção.

Driblando esses contratempos por meio do planejamento, a empresa consegue manter um mix de produtos extraídos de um receituário que, ao todo, possui mais de 500 itens. “Selecionamos aqueles que melhor se encaixam naquele momento e prezamos pela variedade. Conto com as receitas que são próprias e criadas por uma tia que hoje estaria completando os seus 130 anos”, revela.

Agregar conhecimento e abrir-se para novas diretrizes: uma ferramenta para a gestão com alta efetividade

Através da Amipão e participação do Projeto Sebrae TEC, a Pão Francês tornou-se uma das empresas atendidas pela Metodologia Propan no país. Com atendimento realizado pelos consultores e implantados na gestão empresarial, foram aplicadas estratégias da Metodologia no negócio. “Recebemos consultoria em todas as áreas, e isso ajudou muito. Passamos a trabalhar com Mark’Up, e com isso foi possível saber sobre os ganhos, e antes não era possível acompanhar dessa forma os lucros. Lembro do início simples, empresa pequena e com apenas cinco funcionários. Mas hoje, com trabalho árduo e dedicação, aperfeiçoamos o que construímos e evoluímos muito. Tenho uma equipe com 28 funcionários, realizei várias reformas necessárias e tornei a loja no nosso cartão de visitas”, afirma.

Atualmente, Carmen trabalha com a parte estratégica do negócio e pratica em sua gestão o controle de qualidade dos produtos, por meio do qual mantém o equilíbrio e também as características essenciais. Indo desde a panificação tradicional à confeitaria e lanchonete, ela encontrou o padrão de qualidade necessário e também o apoio de quem já está há 25 anos no mercado em atuação no Setor. Considerada hoje um exemplo do empreendedorismo nas pequenas cidades do país, a Pão Francês soube utilizar o primor em seus produtos e serviços para tornar-se grande em representatividade na panificação.

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Crise segura repasse da alta do dólar para consumidor final

Depois
de duas sessões de alta, beirando os R$ 4, o dólar comercial recuou e
terminou essa quarta-feira (8) em R$ 3,93. Apesar da trégua, analistas
de mercado afirmam que a instabilidade política ainda vai segurar o
câmbio em patamares altos por um bom tempo. O impacto não vem só para
quem investe ou pretende viajar para o exterior. Do pãozinho ao
combustível, tudo que depende de cotação internacional já está mais caro
para indústrias e lojistas. Os aumentos só não chegaram ao consumidor
final ainda porque a crise econômica derrubou as vendas e está impedindo
ou, pelo menos, adiando o repasse.

O presidente do Sindicato e Associação Mineira das Indústrias de Panificação (Amipão),
Vinícius Dantas, lembra que, em janeiro deste ano, a saca de trigo
estava custando cerca de R$ 62. Agora, custa R$ 72, alta de 16%. “Só nas
duas últimas semanas, tivemos dois aumentos de 5%. Com a atual situação
de desemprego e atraso de salários dos servidores estaduais em Minas
Gerais, não conseguimos repassar. O quilo do pão continua custando, em
média R$ 15,90, o mesmo valor do começo do ano”, explica. Segundo
Dantas, o setor só consegue segurar os aumentos por, no máximo, mais
três meses.

O dono do restaurante Empório do Clã, Alexandre
Alvarenga, calcula que, desde janeiro, sua margem de lucro já caiu 10%.
“Eu trabalho com muitos ingredientes importados, como bacalhau, peixes,
chocolates. Só o azeite subiu cerca de 15%. Eu não posso subir os preços
nem mudar o meu cardápio, pois o cliente vem em busca daqueles pratos
específicos. Também não posso trocar fornecedores porque não quero
arriscar perder a qualidade. O jeito é reduzir o lucro”, destaca.

O
professor de economia da Faculdade Arnaldo Alexandre Miserani afirma
que a alta do dólar é reflexo do quadro de instabilidade política do
Brasil, que ainda não conseguiu colocar em prática as promessas feitas
durante a campanha das eleições presidenciais, como gerar empregos. Ele
cita que o Brasil tem hoje 13 milhões de desempregados e 27 milhões de
pessoas que já desistiram de procurar emprego.

“Muitas pautas
estão travadas no Congresso, como a reforma da Previdência. O ritmo
lento impede que o crescimento seja veloz, pois repercute no cenário
internacional como um país que não tem a devida estabilidade para ter
credibilidade de investimentos estrangeiros”, avalia Miserani.

Turista deve tentar pagar tudo em reais

Para
quem vai viajar, o peso do câmbio é ainda maior, pois o dólar turismo
está já ultrapassou os R$ 4. Comprar com antecedência ajuda, mas nem
sempre é possível. Então, a alternativa é lançar mão de estratégias para
amenizar. A CVC, por exemplo, sugere que o turista inclua no pacote o
máximo de serviços, como locação e veículos, ingressos e até o seguro,
para conseguir diluir os custos, já que é possível parcelar a viagem em
até 12 vezes, pagando em real.

Enquanto quem vai viajar para o
exterior ou precisa importar insumos está preocupado, quem exporta não
tem do que reclamar. A Forno de Minas, por exemplo, está com o saldo
positivo. “Mesmo precisando importar insumos, temos mais benefícios do
que prejuízos, pois exportamos para cerca de 20 países”, explica a
diretora de marketing, Valéria Favaretto. A empresa mineira, famosa pelo
pão de queijo, acaba de entrar no mercado do México, para onde está
exportando waffles.

Taxa de juros

Selic. Apesar de
reconhe- cer o ritmo lento da econo- mia em 2019, o Comitê de Política
Monetária (Copom) do Banco Central decidiu nessa quarta-feira (8) manter
a Selic (taxa básica de juros) em 6,50% ao ano.

Esperado. Essa foi a nona manutenção consecutiva.

Devagar. O BC destacou que o risco de uma inflação menor devido ao fraco desempenho econômico se elevou desde março.

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Panificação mineira é destaque em competição Global Skills Austrália 2019

Entre os dias 10 e 14 de abril, a cidade de Melbourne, na Austrália, foi sede da competição internacional World Skills Competition 2019, torneio mundial de educação profissional. Cerca de 16 países participaram do evento, com suas respectivas delegações, apresentando diversos trabalhos. Representando o Brasil da modalidade de panificação, a mineira Bruna Alessandra Pinto Vieira concorreu com outros seis países e garantiu para o Brasil a medalha de ouro na competição.

Bruna é aluna do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), unidade Américo Renê Gianetti – Lagoinha, em Belo Horizonte, que promove cursos de capacitação nas áreas de panificação e confeitaria em parceria com a Amipão, entidade composta pelo Sindicato e Associação Mineira da indústria de Panificação (SIP e Amip, respectivamente).

Para o presidente da Amip, Vinícius Dantas, o ótimo desempenho de Bruna comprova o posicionamento, como um centro de referência nacional, da unidade Senai Lagoinha nas áreas de panificação e confeitaria, em função de sua infraestrutura, maquinários e capacidade técnica do corpo docente. “Este é mais um dos exemplos bem sucedidos que os profissionais e alunos do Senai nos trazem de competições internacionais. Além de se destacarem nas competições, é inegável que essa experiência promove também um importante intercâmbio de experiências e promovem a inovação no nosso setor, uma vez que os participantes conseguem nos trazer as principais tendências e informações que circulam nesses eventos”, afirma.

O competidor Lucas Irias Rocha, aluno do Senai de São Paulo, representou a área de confeitaria, concorreu com nove países e também levou a medalha de ouro na categoria.