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REVISTA AMIPÃO | EDIÇÃO 153

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Padarias terão que se reinventar durante a pandemia de coronavírus

Setor formado em sua maioria por micro e pequenos empreendores (MPEs), optantes pelo Simples Nacional, o segmento da panificação enfrenta rotineiramente problemas ligados à tributação. Agora, em virtude da paralisação de diversas atividades durante o isolamento social, panificadoras se mobilizam em busca de mecanismos que reduzam o impacto da crise na reestruturação dos negócios.

São muitas as empresas com dificuldades para pagar tributos e serviços, segundo Viníciuis Dantas, presidente do Sindicato e Associação Mineira da Indústria da Panificação ( Amipão), que reúne sindicatos de todo o estado, com mais de 7 mil filiados representando 4.900 padarias.

Algumas não conseguem pagar a conta de energia elétrica, aponta o presidente. A eletricidade está no topo de gastos deste ramo comercial. Outro ponto de estrangulamento são os diversos tributos. “São tantas as legislações, decretos e leis, que acabamos pagando impostos que já caducaram.”

O presidente da Amipão acredita que diante das incertezas impostas pela pandemia, o empresário precisa do mínimo de previsibilidade para antecipar cenários e necessidades: “O Programa de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte ( Pronamp) deve ajudar muito na recuperação, mas o socorro precisa chegar logo às empresas, sem burocracias pelo caminho. Caso demore, precisamos de outras alternativas capazes de ajudar as padarias a se manterem de portas abertas”.

Grande parte do setor não conseguiu se enquadrar no sistema de compensação salarial ofercido pelo governo federal, (que recompõe parte dos salários dos empregados de empresas que diminuíram a jornada e os vencimentos).

“Os salários, na maioria das vezes, são pagos em dinheiro, sem que se use instituição bancária”, explica Vinicius. Ele reclama também da dificuldade de acesso aos créditos disponbilizados pelo governo federal. “Fala-se muito em dinheiro disponível, mas as exigências dos bancos, incluindo os estatais, são quase impossíveis de serem atendidas”.

Ele defende ainda que esses valores devam vir direto do estado para os micro e pequenos empresários, sem a intermediação das insitituições financeiras.

Diferenças por regiãoA saída, segundo Vinícius Dantas, é repensar os negócios, reavaliar os serviços oferecidos, resolver os gargalos ” a Amipão fez convênios com escritórios de advocacia para maior assistência jurídica. Algumas padarias vão pedir recuperação judicial. A associação vem promovendo palestras e reuniões com especialistas em gestão de negócios para tentar “encontrar uma saída”.

Dantas cita o exemplo de uma padaria em que a conta de energia elétrica caiu de R$ 27 mil para R$ 10 mil, após a decretação da quarentena. “Era uma loja que servia café da manhã e almoço, serviços que não puderam ser oferecidos nesse período. O peso da conta de luz deve ser levado em conta. Será que vale a pena continuar servindo café e almoço? Alguns serviços agregados que podem ser bons para os clientes, também atendem às necessidades do comerciante?”, questiona.

O setor de panificação ao longo do tempo foi criando vínculos e agregando serviços que podem não oferecer um bom resultado. Em parceria com o Sebrae a Amipão vem preparando um processo de conscientização e treinamento dos donos de padaria com perspectivas de gestão na panificação. “Uma formação de mão de obra gerencial, que vai ensinar como enxergar e onde estão os números de cada negócio.”

De acordo com a Amipão, o segmento que emprega mais de 100 mil trabalhadores diretos, não parou de funcionar. Os resultados chamam a atenção pelo desempenho diferenciado em cada região.

Os estabelecimentos situados nas áreas centrais das cidades de maior porte apresentaram queda de 70% no movimento. Atendem principalmente a pessoas em deslocamento.

Nos bairros classe média, esse volume foi 25% menor, calcula Vinícius, que atribui o pouco movimento à quarentena. São comércios que oferecem serviços diversificados, incluídos café da manhã, almoço, jantar, caldos etc.

“As pessoas estão em casa, geralmente designam um membro do grupo familiar para fazer as compras. Também ficaram suspensos aqueles cafés da manhã nas padarias, com familiares, amigos ou colegas de trabalho, bem como o almoço”.

Na contramão dessa tendência, nas panificadores de bairros de menor poder aquisitivo houve aumento das vendas. Por se tratarem de bairros dormitórios, onde as pessoas saem cedo para o trabalho e retornam à noite, esses estabelecimentos diversificam seus produtos, e funcionam quase como uma loja de conveniências agregada.

“As vendas subiram nesses locais, porque o isolamento social deixou esses moradores mais tempo em casa e em seus bairros”, atesta o presidente da Amipão.

Recuperação judicial

O economista e advogado especialista em direito empresarial e negociação estratégica, João Doné, alerta para as rupturas de paradigmas no âmbito econômico. “O dinheiro está “mudando de dono” rapidamente. Por isso, precisamos buscar um direito proativo, com visão transcendental, que enxerga além e prevê cenários caóticos. Neste momento, não haverá espaço para amadores, restarão apenas profissionais”, analisa.

Entre as estratégias para empresas com dificuldades financeiras, Doné lista a recuperação judicial como um meio amplamente utilizado para evitar a falência. “É a maneira legal mais rápida e consistente para prorrogar todos os débitos, com carência de 12 até 48 meses, dependendo do tipo de processo. O empresário pode ser contemplado com descontos de 30% a 60% em dívidas. Além disso, ela preserva o nome da empresa e o nome do sócio”, aponta.

O especialista sugere a restituição de créditos tributários enquanto alternativa para superar a crise. “É o formato mais rápido de alocar recursos para dentro da empresa. De acordo com o Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário, por exemplo, foram editadas duas normas por hora, chegando a 12 mil por ano. Ou seja, 95% das empresas possuem oportunidades não-identificadas com relação a isso, pois as normas mudam a todo o tempo”, observa.

Doné acredita que a reestruturação societária, com planejamento tributário e sucessório, é um mecanismo legal de proteção do patrimônio adquirido. “O processo assegura segurança jurídica, redução de custos tributários, privacidade, harmonia familiar e prevenção contra eventos repentinos, sejam eles de natureza humana ou ambiental para a empresa”. “A adoção dessas três estratégias, junto a uma assessoria jurídica, deve proporcionar um fôlego incrível e maior competitividade aos negócios”, conclui.

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Setor da Panificação se mantém Otimista

Um dos setores mais importantes para a sociedade é a Indústria de Panificação e Confeitaria.

Hábito do consumidor é buscar alimentos próximos de casa e de sua rotina diária, o tradicional pãozinho não ficará de fora! As Padarias e Confeitarias estão agindo de forma unida e consciente para manter o produto fresco na mesa do cliente.

Algumas ações podem ser citadas como soluções mais seguras:

– Produtos antes vendidos nas vascas de pães, é embalado pela Padaria, minimizando o contato do cliente com os produtos e utensílios, assim o cliente fica menos tempo nas lojas;

– Mudança do serviço do buffet e auto atendimento, o cliente não tem acesso aos utensílios como pegadores e colheres, o atendente, treinado é quem serve o cliente.

Os produtos panificados e de confeitaria devem continuar a ser comercializados, respeitando os padrões e controles de segurança alimentar e do ambiente preconizado pela Organização Mundial de Saúde e Ministério da Saúde.

Presidente Vinicius Dantas, AMIPÃO (Sindicato e Associação Mineira da industria da Panificação e Confeitaria) enfatiza a importância das fontes de informação e comunicação.

Num momento como esse não devemos compartilhar conteúdos desnecessários, gerando uma possível “viralização” da informação. Vinícius fala também sobre a alta demanda de alguns produtos e tranquiliza, todos nesse momento, deixando claro que não a população não precisa correr para abastecer suas casas, ir ao supermercado para compras de estoque não é recomendado, o consumo consciente deve ser priorizado. Outro ponto importante, o empresario deve estar atento às oportunidades que podem surgir em detrimento à crise do corona vírus (covid-19), a tributação é um dos exemplos citados por Vinícius.

Estou acompanhando todas as notícias e informações sobre o setor de Alimentação, foco em Panificação e Confeitara para apresentar a vocês aqui no Portal Padaria Lucrativa. Estejam atentos às postagens e nossos emails de comunicação.

Abraço a Todos,

Simone Collet

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Informativo Amipão | Edição 115

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Habilidades de liderança e gestão 4.0 serão aprimoradas em curso lançamento da Amipão

Em um cenário dinâmico e competitivo, os profissionais que atuam em posições de comando precisam desenvolver determinadas habilidades pessoais e gerenciais para garantir o sucesso da organização. Pensando nisso, a Amipão lança nos dias 10, 11, 12, 17, 18 e 19 de março o curso “Liderança de Alta Performance 4.0” com a intenção de desenvolver e aprimorar tais habilidades comportamentais e estudando o novo perfil do cliente.

Realizado na sede da entidade (Av. do Contorno, 4610, 2º andar, Funcionários), o treinamento, ministrado pela consultora Leila Barbosa, trabalha no conteúdo programático com os temas: liderança 4.0, mindset na liderança, perfil gerencial, princípios para atingir a alta performance, comunicação assertiva, coaching como ferramenta para resultado, autoconhecimento e muito mais.

As vagas são limitadas e as inscrições podem ser feitas pelo telefone (31) 3282-7559. O investimento é de R$ 330 para associados e R$ 480 para não associados.

Serviço: Curso “Liderança de Alta Performance 4.0”

Curso de 6 dias

Data e horário: 10, 11, 12, 17, 18 e 19 de março, das 8h30 às 12h30

Local: Amipão – Av. do Contorno, 4610, 2º andar, Funcionários

Valor: R$ 330 para associados e R$ 480 para não associados

Inscrições pelo telefone (31) 3282-7559

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CARNAVAL NÃO É FERIADO

O Carnaval não é feriado nacional, embora não sejam raros os questionamentos principalmente em relação à terça-feira.

A Lei nº 9.093/95, que dispõe sobre feriados civis, estabelece que são feriados somente aqueles dias declarados em Lei Federal ou Estadual, quando se tratar da data magna do Estado.

São considerados também feriados religiosos os dias de guarda conforme o costume ou tradição local declarados em Lei Municipal, os quais não poderão ser em número maior do que 4 (quatro) dias no ano, já incluso neste, a sexta-feira da paixão.

As Leis nº 6.802/1980 e 10.607/2002 estabelecem que são feriados nacionais os dias: 1º de janeiro, 21 de abril, 1º de maio, 7 de setembro, 12 de outubro, 2 de novembro, 15 de novembro e 25 de dezembro.

Desta forma, os dias de Carnaval não são feriados nacionais, por ausência de previsão legal. O que pode ocorrer, entretanto, é a decretação por lei municipal de feriado em uma localidade específica.

Assim, nas cidades onde não há lei municipal estabelecendo que o Carnaval seja feriado, como Belo Horizonte, Contagem e Betim, por exemplo, o trabalho para as indústrias neste dia será normal.

Se, por liberalidade, a empresa quiser suspender o trabalho em algum(s) dia(s) do Carnaval poderá fazê-lo com a compensação daqueles não trabalhados.

Para isso, se não houver cláusula de Banco de Horas em Instrumento Coletivo, as empresas devem fazer acordos para compensação de jornada diretamente com seus empregados, sem a interferência do sindicato dos trabalhadores, desde que a compensação ocorra dentro de 6 meses.

Para compensações em prazos maiores do que 6 meses e até 1 ano, ainda é necessário negociar com o sindicato laboral.

O acordo individual de compensação de jornada deverá ser celebrado por escrito e contemplar todas as regras da forma mais detalhada possível, prevendo, por exemplo, quais os dias em que a compensação será feita e quanto tempo de trabalho por dia será dedicado á compensação.

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Uma revolução mineira do pãozinho de sal

Estado de Minas


Campeões de vendas nas padarias, o pãozinho de sal e o pão de queijo, nessa ordem, comandam uma transformação do setor em Minas. A indústria da panificação provocou inveja generalizada nas fábricas de variados segmentos em 2019, com suas taxas de crescimento estimadas entre 6% a 8%, enquanto a média de desempenho da indústria mineira em geral fechou o ano no vermelho, em 5,6%.

Sem medo da concorrência das lojas de vizinhança e dos atacarejos, as padarias buscam os recursos da inovação, adotam conceitos da chamada indústria 4.0 e se guiam pela mudança de hábitos do consumidor. Novos produtos estão sendo desenvolvidos nas lojas, sob o controle de métodos de gestão mais modernos, de metas de produtividade e custos bem acompanhados.

As miniporções são fruto dessa estratégia, quase que de reinvenção das empresas, assim como novas e sofisticadas linhas de sanduíches, omeletes produzidos na hora de servir, massas e, claro, investimentos para melhorar a qualidade e apresentação do carro-chefe do faturamento, os pães de sal e de queijo. Os panificadores têm trabalhado também nos espaços físicos das lojas, onde as refeições tomaram conta do negócio, sempre combinadas com os sabores dos pães.

Embora longe dos holofotes quando se fala no PIB de Minas, o que não deixa de ser uma injustiça com esse setor, tanto o estado quanto o Brasil dependem dos rumos dessa indústria, que está entre as seis maiores no país. A receita da panificação e confeitaria brasileiras somou R$ 95 bilhões em 2019, segundo a Associação Brasileira da Indústria de Panificação e Confeitaria (Abip), tendo mostrado expansão de 2,65%.

Há outras duas características que merecem destaque. A panificação se estrutura com a grande capilaridade de micro e pequenas empresas e seu poder de gerar empregos. Em Minas, as estimativas da Amipão são de 7 mil padarias atuando com 126 mil empregados. Cada R$ 9 mil apurados no caixa representam a criação de um posto de trabalho nas contas da associação mineira.

“É um impulso relevante para a economia e que deve ser tratado como tal”, diz Vinícius Dantas, presidente da Amipão. Nesse processo de reinvenção do setor, tendem a se dar bem as empresas que entenderem como a tecnologia e a inovação podem ser úteis para qualificar a mão de obra e melhorar a qualidade da produção e dos serviços ofertados pelas padarias. Isso, além de preços nos níveis que o cliente aceitar pagar, o que nem sempre se observa no varejo, seja ou não de alimentos.

Uma das iniciativas recentes nesse sentido derruba a incômoda terceirização nas padarias e vem ampliando a demanda junto a fornecedores do setor. É como “pensar fora da caixa”, na avaliação de Vinícius Dantas, e “sem perder a digital do negócio”. A identidade da padaria pode estar na receita própria do pão de sal ou da rosca de nata, que passaram a identificar o ponto de vendas, o que não significa usar a produção de terceiros qualificados em outras prateleiras do negócio.

Mantida essa conexão com o consumidor, as empresas hoje lançam mão de fornecedores, por exemplo, de pão de queijo, segmento de produção que se desenvolveu e diversificou no estado, com dezenas de marcas da iguaria. O apelo da padaria no concorrido mercado da alimentação fora de casa é ser capaz de vender o frescor dos alimentos, associado a um estoque azeitado com o gosto da clientela.

No entanto, num 2020 em que não se fala de outra coisa a não ser a recuperação da economia, nada disso garante o passaporte para o sucesso se o setor não enfrentar alguns desafios nada fáceis: os custos altos da energia elétrica que move os fornos; os preços do trigo, em boa parte importado pelo Brasil; e a valorização do dólar. Será preciso muito fôlego, diante de um ministro da Economia que apregoa câmbio alto, deixa os investidores ainda mais alvoroçados e não se envergonha de culpar “empregadas domésticas que viajam à Disney”.

AMBIÇÃO 8% a 10%

É a meta de crescimento da indústria mineira da panificação neste ano estimada pela Amipão,

que considera um cenário de inflação baixa

PÃO E CARNAVAL

As padarias estão preparadas para fisgar os milhares de foliões esperados no carnaval de BH, que receberá, este ano, investimentos de R$ 14,3 bilhões dos patrocinadores, a cervejaria Skol e o aplicativo de delivery Ifood. As lojas instaladas nos principais circuitos dos desfiles dos blocos devem oferecer promoções agressivas de cerveja em lata e pratos leves, mesclando grelhados e saladas. Atuam na capital mineira 1.900 padarias, com média de 18 empregados cada uma.

AQUISIÇÕES

Relatório divulgado pela empresa de consultoria e auditoria PwC Brasil mostra que Minas Gerais foi responsável por 6% de todas as fusões e aquisições realizadas no Brasil no ano passado. Houve 39% mais operações em nível nacional, frente a 2018, totalizando 912 transações. A participação mineira nos negócios caiu 3 pontos percentuais em comparação com a média verificada em 2019.